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CONFERÊNCIA NA ESCOLA ESPIRITUAL DO PADRE PIO DE PIETRELCINA # 01-ESPIRITUALIDADE EUCARISTICA

novembro 01, 2019

NA ESCOLA ESPIRITUAL DO PADRE PIO PIETRELCINA

ESPIRITUALIDADE EUCARÍSTICA


O Padre Tiberio Munari, Missionário Xaveriano, em seu livro EL BEATO PADRE PÍO, Profeta de nuestro tiempo (O BEATO PADRE PIO, Profeta de nosso tempo), de maneira extraordinária nos diz:

O SACERDOTE

O escritor Graham Green disse que nunca poderia esquecer duas missas: a que ele havia visto celebrar em San Giovanni Rotondo pelo Padre Pio e a celebrada pelo vigário de Cristo sob a cúpula de São Pedro (1).
Pessoas de todas as partes do mundo vieram a San Giovanni Rotondo para participar de suas missas. Guiados pela força irresistível do Espírito Santo, depois de esperar impacientemente a noite toda na esplanada da igreja, os peregrinos, ao abrir-se as portas do templo, irrompiam tumultuosamente a casa de Deus e se amontoavam em torno do altar para ver de perto o estigmatizado Padre Pio celebrar a Santa Missa.
Cristo crucificado se fazia presente visivelmente na pessoa de seu ministro: sua paixão e morte foram refletidas durante a celebração do sacrifício do Calvário, celebrado por seu sacerdote que naquele tempo lhe emprestava sua voz, mãos e coração.
Padre Pio, carregando continuamente os sofrimentos de Jesus em seu corpo, viveu em sua carne uma vida que era um sinal visível da vida que ele vivia na fé; Não era mais ele quem vivia, era o Senhor que vivia com ele de forma tão completa que ele estava fisicamente cravado com Cristo na cruz.
Quando ele celebrava a Missa, o aspecto exterior deste Servo de Deus impressionava, arrebatava e comovia profundamente. A missa do Padre Pio sempre foi um mistério.

A VÍTIMA

O Padre Pio, ao mesmo tempo de ser sacerdote na celebração da Missa, também foi vítima com Cristo. A "Imitação de Cristo" (2) diz que toda a vida de Cristo foi cruz e martírio, desde quando veio ao mundo até o Calvário.
A imitação de Cristo, também Padre Pio vivia em absoluto e total estado de vítima. Um confidente um dia perguntou:
-Padre, quando você sofre?
Sempre meu filho. Desde o seio da minha mãe
-Você sofre muito, Padre?
-Tudo o que possa sofrer aquele que carrega a humanidade inteira.
O estigmatizado de San Giovanni Rotondo é para Jesus uma "Humanidade suplementar", na qual Cristo pode seguir sofrendo para glória do Pai e pelas necessidades da igreja.
A senhorita Cleonice Morcaldi, alguns dias antes da morte do Padre Pio, lhe perguntou:
-Como você se sente, Padre?
-Mal, mal, mal! -ele respondeu
-O que sofre? perguntou a filha espiritual novamente.
-Tudo, tudo, tudo!
-Você finalmente está saciado de tanto sofrimento?
-É o pão do dia, é minha delícia!
-Mas pai, a culpa é sua, porque teve a imprudência de se oferecer como vítima não apenas pela igreja e pela Itália, mas pelo mundo inteiro.
-Bom, também foi necessário encontrar um tonto como eu para aceitar.
Assim, com uma brincadeira, esse homem de Deus tentou esconder o drama de seus sofrimentos heroicos.

PREPARAÇÃO À MASSA SANTA

Os peregrinos que se aglomeravam ao redor do altar do Padre Pio não conheciam os detalhes de sua preparação para o Santo Sacrifício da Missa.
O Padre Pio passava as horas silenciosas da noite se preparando para a Paixão de Jesus que iria se repetiria na missa na manhã seguinte. Eles perguntaram a ele:
-Padre, quando à noite se retira para a cela após as orações, o que o senhor faz?
-Eu ainda rezo e sofro.
-Você dorme pouco, o que faz durante a noite?
-A vontade de Deus
E a vontade de Deus era reviver passo a passo a agonia de Jesus no jardim do Getsêmani, o processo diante de Pilatos, o caminho para o Calvário e o sacrifício da cruz. Padre Pio iniciava a paixão do Senhor desde o Jardim das Oliveiras.
-Padre, você agoniza como Jesus no Jardim?
-Sim, certamente.
-O anjo também vem consolá-lo, assim como Jesus?
-Sim
-Que fiat você pronuncia?
-O de sofrer, sempre sofrer por meus irmãos de exílio e pelo reino de Deus.
Uma camisa usada à noite por Padre Pio está encharcada de sangue, prova da duríssima flagelação que o Padre sofria durante a noite. Eles perguntaram a ele:
-Padre, durante a flagelação noturna, você está sozinho ou tem alguém presente?
-A Virgem Maria me ajuda; Todo o paraíso está presente.
Há também um tipo de um lenço usado por Padre Pio, para limpar o sangue que escorria de sua cabeça. Está cheio de sulcos do sangue da coroa de espinhos. Eles perguntaram a ele:
-Com a coroação de espinhos, quais foram os pecados que Jesus expiou?
-Todos. Especialmente aqueles que se cometem com o pensamento, sem excluir os pensamentos vãos e inúteis.
-Padre, você tem espinhos na testa ou ao redor da cabeça?
-Em toda a minha cabeça
-Padre, quantos espinhos compõem sua coroa? Trinta?
-Acho que sim!
-Padre, é verdade que durante a missa você sofre a tortura da coroação de espinhos?
-Você duvida? A coroa nunca é deixada.
Como no processo civil de Cristo, não podia faltar em volta do Padre Pio uma multidão alvoroçada gritando o "Crucifica-o". Eles perguntaram a ele:
-Padre: Você também disse: "E eles gritavam Crucifica-o! Crucifica-o!", Quem gritará?
-Os filhos dos homens e precisamente aqueles que receberam favores.
Com o rosário na mão, sempre apoiado no braço de um irmão, Padre Pio, finalmente ao amanhecer entrava na sacristia para colocar os paramentos sagrados e ir ao altar. Este era o caminho dele para o Calvário.
-Padre, você também sofre o que Jesus sofreu no caminho para o Calvário?
-Eu sofro, sim, mas ainda há um longo caminho a percorrer para chegar ao que o Divino Mestre sofreu.

A CELEBRAÇÃO DA MASSA SANTA

Se a preparação para a missa era dolorosa, como seria durante a celebração? Iniciava com as palavras "Em nome do Pai e do Filho e do Espírito Santo" com um nó na garganta, tentando suprimir um pranto que não podia conter completamente.
Seguia o "Por minha culpa" do "Eu confesso" com pancadas no peito, surdas, compassadas, para confessar perante a comunidade dos irmãos que ele era o maior pecador do mundo. Durante as leituras, era fácil vê-lo chorar.
-Por que choras Padre ao ler o evangelho da missa?
-Parece pouco para você que Deus converse com suas criaturas? E que estes não escutem? E que não deixam de magoá-lo com sua ingratidão e descrença?
-E por que você chora no ofertório?
-Você quer arrancar-me o segredo? Bem, é o momento em que a alma fica separada de tudo que é profano.
No entanto, essa separação do profano não significava para o Padre Pio desinteresse pelas pessoas que estavam a sua volta, muito pelo contrário, porque esse desapego total deu ao Padre Pio a possibilidade sobre-humana de sentir, uma a uma, todas as almas que rodeavam seu altar.
O momento mais intenso de dor que Padre Pio sofria era da consagração à comunhão. Eles perguntaram a ele:
-Padre, por que você sofre tanto durante a consagração?
-Você me pergunta por que eu sofro? Eu gostaria de derramar não lágrimas, mas torrentes de lágrimas. Você não percebe o tremendo mistério? Deus, vítima dos nossos pecados! .. E nós somos seus carrascos.
Frequentemente, Padre Pio sofria a amargura do fel durante a missa.
-Padre, como o senhor se sustenta de pé no altar?
-Do mesmo modo como Jesus sustentou a sua cruz.
-Você quer dizer que o altar pendurado na cruz como Jesus no Calvário?
-E você me pergunta?
-Como você pode se sustentar?
-Repito, do mesmo modo como Jesus se sustentou no Calvário.
Sobre a crucificação, ele foi questionado:
-Os carrascos, para pregar os cravos, eles viraram a cruz?
-Naturalmente
-Também em você, eles pregaram os cravos?
-Creio que sim!
Padre Pio cravado na cruz como seu Mestre, durante a Missa, pronunciava as mesmas palavras de Jesus. Ele gostava de se dirigir à Virgem com as palavras de Jesus na cruz: Aqui estão os filhos de seu filho.
-O que a Virgem estava fazendo aos pés do crucificado?
-Sofria vendo o seu Filho sofre. Oferecia ao Pai celestial suas penas e as dores de Jesus por nossa salvação.
Padre Pio sofreu com o abandono do Pai e a sede até a comunhão, o momento culminante da Missa. Inclinado sobre o altar, apertando o cálice entre as mãos e com o Senhor em seu coração, completamente absorto, ele ficava longos minutos com Jesus, sem poupar tempo.

A COMUNHÃO

Para o Padre Pio, a comunhão era uma total misericórdia interior e exterior de Deus, um abraço total de Jesus.
-Padre, onde Jesus o beija?
-Me beija inteiramente
-O que Jesus faz na comunhão?
-Se deleita com sua criatura. A comunhão é como uma fusão, como duas velas que se fundem e não podem mais ser distinguidas.
-Pai, por que você chora quando toma a comunhão?
-Se a igreja, ao falar da encarnação, exclama: "Tu não desprezastes o seio da Virgem" O que podemos dizer sobre nós, miseráveis?
-Você também sofre durante a comunhão?
-É o ponto culminante.
-E depois da comunhão seus sofrimentos continuam?
-Sim, mas são sofrimentos de amor.
-Padre, onde dirigiu seu último olhar Jesus agonizante?
-Para sua mãe.
-E o senhor, para onde dirige seu olhar?
-Para meus irmãos.
-Padre, você disse que na comunhão a vítima morre. Eles colocam você nos braços da Virgem, como Jesus?
-Não, nos de São Francisco.
Assim era a missa do Padre Pio. O evento contava com a presença não apenas das pessoas ao redor do altar, mas com todo um mundo celestial.
-Padre, a Santíssima Virgem assiste à sua missa?
-Você acredita que a Mãe não se interessa em seu filho?
-Os anjos assistem a sua missa?
-Em legiões!
-O que eles fazem?
-Adoram e amam.
Terminada a missa, Padre Pio, com o desejo seguia crucificado no altar.
-Se dependesse de mim, nunca desceria do altar.
-"Quando você vai à missa - conclui dizendo-nos o Padre Pio - concentre-se ao máximo no tremendo mistério que está sendo celebrado em sua presença: a redenção de sua alma e a reconciliação com Deus. Participe da missa com a presença da Santíssima Virgem, as piedosas Mulheres e São João."
Notas:
[1]  Toda a parte que trata da Missa do Padre Pio foi retirada da revista La voz de Padre Pío (A voz do Padre Pio), de outubro-novembro de 1994.
[2]  O livro "A Imitação de Cristo" foi um dos mais traduzidos no mundo. Alguns dizem que entre os livros religiosos, depois da Bíblia, ele foi o mais traduzido. Escrito antes da invenção da imprensa, é de surpreender que milhares de cópias estavam espalhadas pelas bibliotecas da Europa.
Por Fabio José da Silva

Novembro de 2019

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authorOlá, meu nome é Fabio José da Silva. Sou Blogueiro, Católico formado em filosofia e teologia. Meus assuntos de interesse neste blog são: Espiritualidade, Vida Monástica, Hesicasmo, Filosofia, Teologia e Catequese. PAX!!!
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