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CONFERÊNCIA SOBRE SÃO GREGÓRIO MAGNO # 3/3 - A MISSA GREGORIANA

novembro 26, 2019


AS MISSAS GREGORIANAS

**Outro legado que é atribuída a São Gregório Magno são as Missas Gregorianas, destinadas a oferecer orações pelas almas do purgatório, para encurtar sua passagem por lá.**
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É uma prática onde se oferece 30 missas consecutivas para uma pessoa falecida, que se converteu em uma tradição nos mosteiros beneditinos.
Esta prática não tem nada a ver com o canto gregoriano nem tampouco com as Missas no Rito Tridentino em latim; são missas comuns, celebradas da maneira habitual no qual é celebrada pelo sacerdote oficiante.
Qual é a história por trás das Missas Gregorianas?
No mosteiro de Santo André, em que São Gregório Magno fora abade, havia um monge chamado Justus, que praticava medicina.
Em uma ocasião, ele tinha aceitado três moedas de ouro e as tinha preservado, faltando assim com o voto de pobreza.
Mas então ele se arrependeu e sua dor pelo pecado que o deixou doente foi tão grande, e ele contou a um amigo leigo, também dedicado à medicina, chamado Copiosus.
Quando os monges procuraram um remédio para Justus, encontraram o ouro .
São Gregório Magno, já como Papa, interrou-se do caso e chamou o novo Abade ordenando-lhe a punição de confinamento solitário para o monge Justus, mesmo sabendo que ele estava gravemente doente.
Em pouco tempo tempo Justus morreu e foi enterrado fora do cemitério em um depósito de lixo, enterrando suas três moedas com ele, para incutir em seus religiosos o horror ao pecado.
E ele pediu ao resto dos monges que repetissem as palavras de São Pedro a Simão, o Mágico "que seu dinheiro pereça com você".
Alguns dias depois, Gregório percebeu que talvez tivesse sido muito pouco caridoso e comissionou o Abade para celebrar 30 missas seguidas, sem perder um único dia, pela alma de Justus, para libertá-lo do purgatório.
Quando as 30 missas terminaram, o amigo de Justus, Copiosus, teve uma visão dele, que lhe disse: "Acabei de receber o perdão da comunhão e a libertação do purgatório devido às Missas que me foram oferecidas".
Todos no mosteiro entenderam o poder das 30 Missas consecutivas.
Neste sentido anos mais tarde podemos verificar o que o Concílio de Trento diz:
"O Santo Sacrifício da Missa, o Sacrifício Perpétuo, é o maior de todos os sufrágios para as Almas Santas."
E assim, esta devoção foi batizada como Missa Gregoriana em homenagem ao papa Gregório que a instituíra.
Esta história aconteceu em 590 e é narrada pelo próprio São Gregório em seus Diálogos (1) .
A Igreja Católica considera essa devoção como "uma crença piedosa e razoável para os fiéis".
E em uma publicação de 24 de fevereiro de 1967 a Sagrada Congregação para o Culto Divino disse, que esta devoção não requer que seja o mesmo sacerdote que celebre todas as missas, nem que se celebrem no mesmo altar.
E inclusive se não se pode, por uma causa maior, realizar a devoção os 30 dias consecutivos, a Igreja tem disposto que se conservem os frutos do sufrágio e que a prática seja completada necessariamente pelo sacerdote tão logo quanto possível; mas não é necessário recomeçar com a série de 30 Missas.
Essa devoção de 30 Missas é oferecida aos fiéis por vários Mosteiros no mundo. Pode até ser encomendada on-line e é uma fonte de renda para os monges, porque geralmente tem um custo associado.
E tem se tornado um costume que, quando alguém morre, seu nome é colocado por 30 dias no caderno de intenções que o padre lê na Missa diária das paróquias.
Há também uma variante que é a Missa Gregoriana em um altar privilegiado, em que apenas uma missa é suficiente para que a alma do falecido seja libertada do purgatório.
Isso foi endossado pelo Papa Leão XIII, que declarou que era "piedoso e legal" manter a crença de que, com uma única missa, se poderia obter o benefício das 30 Missas em um altar privilegiado.
O primeiro altar privilegiado foi o utilizado por São Gregório para a missa, quando ele foi abade no mosteiro de Santo André.
E logo, esse privilégio foi estendido a outros altares, começando por Roma e seguido por outros lugares.
A prática das Missas Gregorianas supõe que a alma esteja no purgatório, reconhecendo que poucas pessoas morrem e vão direto para o céu.
E finalmente, também reconhece o infinito poder intercessor das Missas para se obter indulgências plenárias, em nome do falecido, e assim, libertar -lo do purgatório.

NOTAS


1 "Diálogos", uma coleção de quatro livros de milagres, sinais, maravilhas e curas realizadas por homens santos, geralmente monges, da Itália do século VI. O segundo livro é totalmente dedicado a São Bento.

Fontes utilizadas nas três partes desta Conferência:


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authorOlá, meu nome é Fabio José da Silva. Sou Blogueiro, Católico formado em filosofia e teologia. Meus assuntos de interesse neste blog são: Espiritualidade, Vida Monástica, Hesicasmo, Filosofia, Teologia e Catequese. PAX!!!
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