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LITURGIA DOMINICAL # XXI DOM TC ANO C

agosto 25, 2019

LITURGIA DOMINICAL # XXI DOM. TC ANO C

O evangelho desta semana não é fácil de comentar. Mas a questão de então segue sendo uma pergunta válida: "Será poucos os que serão salvos?" Por isso, estamos interessados em estudar a resposta de Jesus, a resposta que ele deu a caminho de Jerusalém.

A pergunta como era feita então


Em primeiro lugar, devemos situar a pergunta de então (e, em seguida, situar a pergunta de como ela seria feito hoje). Aqueles que lhe perguntaram então pensaram que seriam salvos por serem membros do povo judeu, enquanto outros - homens e mulheres que não pertenciam ao povo judeu - não poderiam ser salvos. É por isso que a resposta de Jesus Cristo vai pelo caminho de dizer-lhes que não é suficiente ser membros de um povo - mesmo que seja o povo de Deus -, mas esse esforço pessoal é necessário para cumprir a vontade de Deus, viver em comunhão com Ele. Por isso, eu lhes aviso que muitos "do Oriente e Ocidente, do Norte e do Sul" - isto é, das aldeias que muitos judeus costumavam considerar "excluídos", "condenados" - "virão e se sentarão à mesa no Reino de Deus " Em uma palavra: é perigoso considerar-se com direito a ser salvo, porque o importante é viver de fato de acordo com o modo de vida (os fatos importam e não os direitos).

-Uma mentalidade que ainda está presente


E já pensando em nós, devemos dizer que essa mentalidade de muitos judeus da época - não de todos, não dos profetas, por exemplo -, essa mentalidade ainda está presente em alguns cristãos.

Talvez cada vez menos todos os dias - depois falaremos de outra nova e também equívoca mentalidade cada vez mais geral - mas, de certo modo, esse modo de pensar ainda está presente em muitos cristãos e até, às vezes, no modo de falar na Igreja. Quer dizer, somos tentados a continuar pensando que somos os bons - aqueles que nos salvaremos - e os outros - os não-cristãos, o povo de ideologias e crenças diversas ou opostas - os maus, aqueles que dificilmente serão salvos. Portanto, a primeira conclusão depois de ouvir este evangelho deve ser: Jesus Cristo nos diz que o fato de ser salvo ou não, não depende fundamentalmente de ser um membro da Igreja, de se chamar cristão. Depende - então como agora - de viver em comunhão com Deus. O que importa são os fatos. Não basta confiar em que "temos comido ou bebido" com Jesus Cristo - isto é, que participamos da Eucaristia e nos sacramentos - nem que "ensinastes em nossos lugares" (ou seja, tendo ouvido o seu evangelho, Catequese da igreja, etc.). Tudo isso é, sem dúvida, muito importante para aqueles de nós que cremos em Jesus Cristo, mas isso não é suficiente. Pelo contrário, não tem utilidade se não estiver unido a viver em harmonia com a vontade de Deus, com o seu Reino. Se não houver tal sintonia, ele nos dirá: "Eu não sei quem você é".

-A pergunta como é feita hoje


Mas, como eu disse, é provável que muitos de nós hoje apresentem a questão de um modo de pensar muito diferente, quase no outro extremo. Talvez perguntássemos agora: Haverá alguém que não seja salvo? Porque valorizamos muito - e isso é indubitavelmente bom - o amor universal de um Deus que é Pai, a força salvadora de Jesus Cristo, a presença do Espírito em todos os homens de boa vontade. Mas também - e isso já não é tão bom - porque temos menos em conta que em cada homem existe a possibilidade de se fechar a esse amor, de se estabelecer no pecado, uma possibilidade de não buscar a verdade e viver na injustiça.

Por tudo isso, facilmente, não vemos "problema" no fato de nos salvarmos. Por diferentes razões, concordamos com essa mentalidade dos judeus do tempo de Jesus: já acreditamos que somos salvos. E, portanto, nós, como eles, não valorizamos a salvação gratuita, sem méritos, que Deus nos oferece, nem nos exigimos um esforço de fidelidade, de coerência, com esta salvação.

A resposta de Jesus Cristo


Jesus, então, não respondeu à questão de se haveria muitos ou poucos que seriam salvos. E isso nos ensina que nosso problema não está ai. Jesus sempre se recusa a responder perguntas como quando o mundo vai acabar, como será o céu, etc.: Jesus Cristo não responde, não contesta, porque seu interesse é nos dizer sobre o agora e não o depois.

O que Jesus disse é muito simples: se você quer participar da plenitude da vida que o Pai quer para todos vocês - e o Pai quer para todos - comece a viver o agora. O que não vale a pena - o que é trapacear - é pretender comungar mais tarde com essa plenitude de vida e não tentar fazê-lo agora, através do esforço, muitas vezes difícil para os pecadores que todos nós somos, seguir a vontade do Pai, o caminho de Jesus, a inspiração do Espírito. Esse é o nosso problema. O que devemos fazer agora, não o que será depois. E esta também deve ser nossa oração. O daqueles que agora se sentam à mesa de Jesus Cristo com o desejo de se sentar à mesa do Reino. Uma oração que nos ajuda a viver o agora em comunhão com a sua vontade de participar depois da sua plenitude eterna de vida.



IR. TOMÁS DE AQUINO, OSB

ABADIA DA RESSURREIÇÃO, AGOSTO DE 2019

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authorOlá, meu nome é Fabio José da Silva. Sou Blogueiro, Católico formado em filosofia e teologia. Meus assuntos de interesse neste blog são: Espiritualidade, Vida Monástica, Hesicasmo, Filosofia, Teologia e Catequese. PAX!!!
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