LITURGIA DOMINICAL # XIX DOM. TC ANO C
agosto 06, 2019
Maranata significa "Venha, Senhor". É a última palavra da Bíblia e foi a oração apaixonada dos primeiros cristãos.
Maranata pede o fim do mundo, aquele dia formidável em que Cristo, aparecendo em todo o esplendor de sua glória, inaugurará a nova vida dos homens sob um novo céu e em uma nova terra.
O próprio Deus, nos diz Jesus, nos convidará para a alegria do que é: colocará o avental, sentará à mesa e os servirá um por um. Mas tão extraordinário quanto este grand finale nos aguarda, não se tornou a razão da nossa vida. É difícil para nós entender o que Jesus quer de nós quando ele nos diz: "vocês vivem como homens que esperam". E quando docilmente repetimos de acordo com os seus ensinamentos: "Pai, que venha a nós o vosso Reino", esta oração não faz o nosso coração bater com esperança, apesar do significado desse pedido ser muito claro: “Que venha aquele dia quando Deus ele reinará de maneira completa e definitiva”; aquele dia pelo qual toda a criação também suspira, como diz São Paulo; uma criação que está gemendo agora, mesmo desesperadamente, em todos os cataclismos da natureza, “na esperança de se libertar da servidão da corrupção para participar da liberdade gloriosa dos filhos de Deus” (Rm 8, 21).
Vigiar significa não se distrair, não adormecer, não "se contentar" com o que já foi alcançado.
No meio de uma sociedade que parece muito feliz com os valores que possui, o cristão é convidado a viver com esperança ativa e vigilante. Vigiar - ter as lâmpadas acesas para o encontro com o Senhor - o que pode acontecer a qualquer momento - significa ter um olho nos “bens acima”, do qual nos foi dito no domingo passado; não se deixar encantar pelas atrações deste mundo, que é o caminho e não o objetivo; Consciente de que nossa passagem por este mundo, mesmo que seja séria e nos comprometa a trabalhar, não é a coisa definitiva em nossa vida.
Vigiar é viver acordado, em tensão. Não com angústia, mas com seriedade, dando importância ao que tem. Como o aluno que desde o início do curso pensa no exame final. Como o agricultor que semeia e está sempre pensando em colher uma boa colheita. Como o atleta que, desde o primeiro esforço, sonha em chegar primeiro à linha de chegada.
Isso não significa desconsiderar as coisas abaixo. Essa metáfora “coisas do alto / coisas da terra” poderia ser entendida de forma dualista em uma abordagem não cristã. O cristão deve se esforçar para sempre procurar as “coisas do alto” (fraternidade, amor, solidariedade, projeto de Deus) entre “as coisas da terra” (na vida cotidiana, trabalho, casa, rua , política, cultura)...
O que significa que temos que ser protagonistas não só de esperar pelo Reino, mas desde agora, em sua construção. Deus nos deu talentos que devemos administrar e tornar frutíferos.
A Eucaristia é para nós comida para o caminho. Dá-nos a força para avançar e trabalhar para o Reino de Deus. E quando celebramos isso, muitas vezes repetimos nosso olhar para o futuro “enquanto esperamos a vinda gloriosa de nosso Salvador Jesus Cristo”.
A Eucaristia ajuda-nos a ter os pés firmes no chão, com um compromisso e uma missão neste mundo, mas com os nossos olhos no fim.
IR. TOMÁS DE AQUINO,OSB
ABADIA DA RESSURREIÇÃO, AGOSTO DE 2019.
Olá, meu nome é Fabio José da Silva. Sou Blogueiro, Católico formado em filosofia e teologia. Meus assuntos de interesse neste blog são: Espiritualidade, Vida Monástica, Hesicasmo, Filosofia, Teologia e Catequese. PAX!!! 
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