LITURGIA DOMINICAL # XXIV DOM TC ANO C
setembro 09, 2019LITURGIA DOMINICAL # XXIV DOM TC ANO C
Falamos frequentemente da justiça de Deus, da bondade de Deus, da onipotência de Deus, da providência de Deus ..., do amor de Deus. Mas geralmente não falamos sobre a ALEGRIA de Deus. As duas parábolas deste domingo que acabamos de lembrar nos contaram sobre a alegria de Deus. De uma alegria de Deus, e que bom seria se também fosse a nossa alegria.
- Jesus comeu com os pecadores. - S. Lucas nos diz que aqueles que, no povo judeu, se consideravam bons, justos e religiosos cumpridores, murmuravam sobre Jesus porque acolhia os pecadores e "comia com eles".
Na segunda leitura, lemos uma afirmação clara de São Paulo, uma afirmação que resume sua experiência pessoal: "Jesus veio ao mundo para salvar pecadores". Nenhum de nós se surpreende - dada a nossa formação cristã - com esta afirmação: "Jesus veio ao mundo para salvar pecadores". Mas se relacionarmos essa afirmação do apóstolo Paulo com o que São Lucas nos disse hoje - e ele a repete em outros lugares de seu evangelho - veremos que Jesus, para salvar os pecadores, escolheu o caminho de lidar com eles de uma maneira amigável, de relacionar assiduamente com eles (porque é isso que expressa a acusação daqueles que o censuravam por "comer" com eles.
“Nós ... à distância.” Podemos nos perguntar se se às vezes não nos assemelhamos aos judeus que se consideravam justos, bons e obedientes. Se às vezes não criticamos nem murmuramos nenhum seguidor atual de Jesus, porque ele também foi com aqueles que consideramos "pecadores".
Não há dúvida de que hoje a Igreja, que nos considera fiéis cristãos, gostaria que aqueles que consideramos "pecadores" convertessem e orientassem suas vidas de acordo com a verdade e o amor de Deus que JC nos revelou. Mas talvez, em muitas ocasiões, pareçamos querer isso de uma maneira mais teórica do que real, pois fingimos que quase diria "à distância", sem nos relacionarmos com eles, sem "comer" com eles.
- "Um único pecador" .- Jesus, em resposta ao murmúrio daqueles que se consideravam "bons", explicou essas duas parábolas cativantes que lemos: a do bom pastor que deixa as 99 ovelhas em busca da ovelha rebelde , a da pobre mulher que não desiste da busca pela moeda que perdeu. E as duas parábolas terminam da mesma forma: falando sobre a alegria de Deus, não porque os justos e bons continuam sendo justos e bons, mas porque "um único pecador se converteu".
Sempre me surpreendi, ao ler neste evangelho, esta expressão: "um pecador". Às vezes nós - na Igreja - conversamos - quase dizemos que sonhamos ou ansiamos pela - conversão de "muitos". Jesus fala da conversão de "um pecador". Um sozinho, porque cada um vale imensamente, cada um causa essa enorme alegria de Deus.
A conversão de um único pecador causa a grande alegria em Deus. E esse único pecador pode ser eu, pode ser você, pode ser cada um de nós. Já pensamos, quando sentimos e conhecemos os pecadores, que nossa conversão causará essa grande alegria no céu, essa grande alegria entre os anjos de Deus, essa imensa alegria de Deus, da qual Jesus nos fala?
Gostaria de terminar com uma breve referência a dois sacramentos, ambos sinais dessa alegria de Deus. Em primeiro lugar, o sacramento da penitência, da reconciliação. Nós o vemos e o vivemos como o sacramento que manifesta essa grande alegria de Deus pelo pecador que se torna? Não vemos frequentemente isso como um tipo de condição que nos é imposta a ser perdoada, como uma espécie de bebida ruim necessária, em vez de vê-la e vivê-la como uma reunião amorosa e alegre e um abraço com Deus que tem o máximo alegria na conversão de um único pecador? E a nossa maneira de celebrar ajuda a viver esse encontro assim? E, em segundo lugar, a Eucaristia. Jesus comeu com pecadores. Jesus, agora, também nos convida a sentar à sua mesa. E aqui, nesta mesa da Eucaristia, ele nos convida a compartilhar a alegria de Deus por nossa conversão - essa conversão que estamos tentando dia após dia - nos convida a compartilhar seu amor, que agora se forma na estimativa de cada homem, de cada mulher, como um imenso valor total. Porque todo homem, toda mulher, todo mundo pode causar e merecer a alegria de Deus.
POR IR. TOMÁS DE AQUINO,OSB
ABADIA DA RESSURREIÇÃO,SETEMBRO DE 2019.
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