CONFERÊNCIA SOBRE A LECTIO DIVINA # 1 - DEFINIÇÃO E HISTÓRIA
setembro 02, 2019CONFERÊNCIA SOBRE A LECTIO DIVINA # 1 - DEFINIÇÃO E HISTÓRIA
Apresentação
Neste mês de setembro é comum em meio a Igreja Católica se comemorar como o mês dedicado Bíblia. Portanto,prezados leitores e seguidores de nosso blogger, este mês vamos dedicar algumas postagens sobre uma prática que tem tomado força novamente em meio as comunidades que é a Lectio Divina. Entretanto existem muitas pessoas que ainda não a conhecem por isso buscaremos de modo simples expor esta prática de oração e apontar um método e seus benefícios.
Para ler a Bíblia com proveito, é necessário fazê-lo com atenção, perseverança e oração. A expressão lectio divina significa "leitura divina" e indica a prática monástica de ler e orar com a Bíblia.
Lectio divina é uma metodologia de reflexão e oração de um texto bíblico. Na prática da lectio divina, existe uma atitude receptiva e reflexiva do que Deus diz através da palavra. Através da meditação e da oração, entraremos na contemplação de Deus, sem a necessidade de palavras ou atos de qualquer tipo.
Definição
"Ao ler a Bíblia, os Padres da Igreja não liam os textos, mas o Cristo vivo, e Cristo falava com eles". Padre Evdokimov (teólogo ortodoxo russo, 1901-1970)
A Lectio Divina, mais do que um método de leitura da Bíblia, é uma experiência de encontro com o Senhor, porque a dinâmica interna das diferentes etapas sugeridas não se esgota no próprio texto, mas as transcende, fazendo que partindo do texto escrito na Bíblia, busca-se o encontro pessoal e íntimo com o Senhor.
Esse processo de busca pelo Senhor é uma experiência mística onde não apenas o intelectual se encaixa, mas a partir do texto bíblico, meditaremos sobre o significado dele em nossas próprias vidas e, assim, entraremos em contemplação com Jesus.
Portanto, a Lectio Divina deve ter como objetivo e meta a adesão consciente, livre e amorosa a Deus, pois o fundamental não é conhecer as coisas da Bíblia, mas entendê-las e vivê-las em nossa própria vida.
História
O primeiro a usar a expressão Lectio Divina foi Orígenes, teólogo do segundo século (185-254 d. C.), que afirmou que para ler a Bíblia com proveito é necessário fazê-lo com atenção, perseverança e oração.
Mais tarde, a Lectio Divina tornou-se a espinha dorsal da vida religiosa. São Bento de Nursia (480-547 d.C.) a estabeleceu entr os monges ao fundar a Ordem Beneditina, e posteriormente seu principal divulgador foi São Bernardo de Claraval (1090-1153 d.C.) entre os monges cistercienses (Ordem dos Cistercienses).
Os monges fizeram dessa prática, juntamente com o trabalho manual e a liturgia, a tríplice base da vida monástica. Contudo foi Guigo II, abade da Grande Cartuxa (1117-1188), monge cartuxo, quem por volta do ano 1150 escreveu um livro intitulado A escada do claustro onde instituiu a sistematização da Lectio Divina em partes:
Segundo Guigo essa era a escada pela qual os monges ascendiam ao céu.
A Lectio Divina tem recebido nos último anos um novo impulso em toda a Igreja por meio da publicação da constituição dogmática Dei Verbum no Concílio Vaticano II no dia 18 de novembro de 1965.
O papa Bento XVI disse em 16 de setembro de 2005:
Se promovermos a prática da Lectio Divina com eficácia, estou convencido de que produzirá uma nova primavera espiritual na Igreja. Não devemos duvidar nunca que a Palavra de Deus é lâmpada para nossos passos e luz em nosso caminho.
Continua...
Por Ir. Tomás de Aquino,OSB
Abadia da Ressurreição, setembro de 2019.
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